jueves, 26 de junio de 2014







SIMÕES LOPES NETO
(1865-1916)

João Simões Lopes Neto (Pelotas, 1865 —1916) foi, segundo estudiosos e críticos de literatura, o maior escritor regionalista do Rio Grande do Sul.
Filho dos pelotenses Nasceu na Estância da Graça, propriedade de seu avô paterno.
Com treze anos de idade, foi para o Rio de Janeiro, estudar no famoso colégio Abílio. Retornando ao Sul, fixa-se em sua terra natal, Pelotas, então rica e próspera pelas mais de cinqüenta charqueadas que lhe davam a base econômica.
Envolveu-se em uma série de iniciativas de negócios que incluíram uma fábrica de vidros e uma destilaria, uma fábrica de cigarros, "Diabo", uma firma para torrar e moer café, e desenvolveu uma fórmula à base de tabaco para combater sarna e carrapatos. Fundou ainda uma mineradora, para explorar prata em Santa Catarina. Os negócios fracassaram. Em certa fase da vida, empobrecido, sobreviveu como jornalista em Pelotas.
Casou-se em Pelotas, aos 27 anos, com Francisca de Paula Meireles Leite, de 19 anos, no dia 5 de maio de 1892, Não tiveram filhos.
Como escritor, Simões Lopes Neto procurou em sua produção literária valorizar a história do gaúcho e suas tradições. Entre 15 de outubro e 14 de dezembro de 1893, J. Simões Lopes Neto, sob o pseudônimo de "Serafim Bemol", e em parceria com Sátiro Clemente e D. Salustiano, escreveram, em forma de folhetim, "A Mandinga", poema em prosa.
Publicou apenas quatro livros em sua vida: Cancioneiro Guasca (1910), Contos Gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913) e Casos do Romualdo (1914).
Terra gaúcha, cujo subtítulo muito apropriadamente chama-se História Elementar do Rio Grande do Sul, rastreia os primeiros anos de nosso Estado, estudo fiel do período compreendido entre 1500 e 1737, justamente os 200 anos de abandono em que viveu nossa terra, entregue a todos os azares. Neste ensaio, lançado em 1955 e desde então ausente em nossas estantes, o consagrado ficcionista de Contos Gauchescos, Lendas do Sul e Casos do Romualdo está incerto, sem nada dever ao escritor que sua ficção erigiu às categoria de clássico.

Depois de mais de um século perdidos, dois livros inéditos de Simões Lopes Neto foram publicados:
Terra Gaúcha - Histórias de Infância e Artinha de Leitura foram escritos para o público infantil.
Ele queria escrever. Mas pouca gente no país, menos ainda na cidade e na região em que ele publicava, sabia ler. Criar leitores, antes de criar suas obras maiores, foi o que tentou fazer o pelotense João Simões Lopes Neto ao redigir dois livros voltados à alfabetização e à aquisição do hábito da leitura nas escolas. Os livros foram escritos, mas nunca publicados.

Escrito entre 1904 e provavelmente 1906, este Terra gaúcha – Histórias de infância permaneceu inédito até hoje. É verdade que existe outro livro com o mesmo nome, e do mesmo autor, João Simões Lopes Neto (Pelotas, 1865-1916), publicado em 1955, que traz o subtítulo História elementar do Rio Grande do Sul. Nada a ver com o livro que o leitor tem nas mãos agora, que é para leitura em sala de aula, com uma primeira parte relatando as férias de um menino na fazenda da família, e uma segunda parte dando conta do cotidiano escolar do mesmo protagonista e seus colegas. Terra gaúcha – Histórias de infância, além de ostentar méritos intrínsecos e de documentar toda uma época, projeta a obra maior do autor, os Contos gauchescos e as Lendas do sul. Acompanha a edição outro inédito de Simões Lopes Neto, Artinha de leitura, uma cartilha para alfabetização, contendo uma série de inovações e ousadias, literárias e ideológicas; ela havia sido enviada por Simões Lopes Neto para a autoridade estadual do ensino em 1907, mas recebeu um parecer contrário, que acabou inviabilizando o criativo projeto.

Fonte: Wikipedia e por Maristela Scheuer Deves

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